30.1.10

31 de Janeiro... dia de Sargentos!

Sargentos e praças atacam Sto Idelfonso - Gravura da época.


A revolta do 31 de Janeiro de 1891 foi eminentemente popular, corporizada por militares de baixa patente (Sargentos e Praças) e intelectuais descontentes com a vida política que era na época bipolarizada por dois partidos: o Regenerador e o Progressista.
Esta foi ainda uma época marcada por uma crise conjuntural e por um baixo desenvolvimento industrial.
Foram estes os ingredientes – crise económica e descrédito das instituições – que deram origem à revolta.
Apesar de prontamente vencida e brutalmente reprimida, não deixou de ser sempre comemorada, mesmo durante a 2ª Republica ( Estado Novo) por todos os que lutaram por um país livre e democrático.

Os Sargentos tiveram uma importância determinante na revolta de 31 de Janeiro.
Entre os 500 militares condenados em conselho de guerra, 14 eram Sargentos.
Os Sargentos Abílio, Galho e Rocha, ocupam um lugar de destaque entre os heróis da revolta republicana do Porto. Daí que para os Sargentos portugueses, o 31 de Janeiro seja uma data com especial significado...


Nos dias que correm, os militares ( Leia-se policias, professores, enfermeiros, funcionários públicos...) juntam as razões do justo descontentamento os seus problemas próprios.
Estão sujeitos, nas instituições que servem, e na sociedade em geral, a uma falta de consideração que sentem particularmente injusta!
A uma juventude que levanta problemas, não podem, nem sabem, dar respostas que também ignoram. É frequente a critica justa destes militares e funcionários as tutelas por se mostrarem distantes, altivas ou desdenhosas, e, ainda por cima, não defenderem os legítimos interesses ( ... o que se vê por exemplo,pelo esquecimento a que são votados os antigos combatentes!)

Contestados directamente pelos órgãos de comunicação social, ( que venalmente faz coro de uma campanha em que tudo o que é funcionário publico é responsável pelo agravar das contas publicas...) ignorados, subvalorizados, mal utilizados pelos superiores, tornam-se indiferentes e mostram-se desiludidos e mordazes.
As consequências desta situação são muito simples: As F.A.s e a nação perdem-nos.

A Classe de Sargentos deveria ser de passagem para os melhores.
Se, tradicionalmente, se admitia que se podia fazer carreira como sargento por toda a vida, hoje não se pensa já assim e assiste-se a tentativas de ludibria-los.
E aqui é que reside o problema. Ano após ano, irão escasseando os melhores elementos.
Dito de outro modo; no momento em que o papel do subalterno é contestado, no momento em que a sua tarefa se torna particularmente delicada ( e preciso dize-lo- ingrata), o nível da corporação baixa.
A própria ascensão na escala (Classe), proposta como panaceia, acaba por criar um novos problemas...
E, entretanto, os jovens deste grupo suportam cada vez menos os trabalhos degradantes que lhes incumbem para alem do trabalho normal.
Recusam mesmo as sujeições próprias ao estado de militar e toda a mitologia a ele ligada, da qual pensam ser vitimas e não beneficiários.
Não lhes agrada serem obrigados a fazer respeitar aparências, sem disciplina ou a mandar executar tarefas repetitivas e de interesse limitadíssimo. (Idem nas escolas, esquadras, etc, etc)

A ver vamos onde paramos...

24.1.10

La Garde meurt ...

"La Garde meurt et ne se rend pas"

Esta frase foi atribuída ao General do Império Pierre Jacques Étienne Cambronne, Visconde de Cambronne (26 Dezembro 1770 – 29 Janeiro 1842, na batalha de Waterloo.

Na Cohorte, cedem lugar Pilus Posteriores aos Principales, depois de muitos e duros combates, as fileiras cerram e aguentam a carga...

Oppugnare possunt, sed expugare non possunt !


Cohorte VII