26.10.08

31 Outubro 1517 ...razões da minha heresia.


Doutor em Teologia, Martin Luther foi nomeado vigário de sua ordem tendo autoridade sobre onze mosteiros,
Influenciado por sua formação humanista foi buscar "ad fontes" , estudos sobre a Igreja primitiva. Convencido de que a Igreja havia distorcido sua visão acerca de várias das verdades do Cristianismo ensinadas nas escrituras - sendo a mais importante a doutrina da chamada "Justificação" apenas pela fé; começou a ensinar que a Salvação era um benefício concedido apenas por Deus, dado pela Graça divina através de Jesus Cristo e recebido apenas por meio da fé.
Mais tarde, Luther definiu e reintroduziu o princípio da distinção própria, essencial para o estudo das Escrituras. Notou, ainda, que a falta de clareza na distinção da Lei e dos Evangelhos, era a causa da incorrecta compreensão dos Evangelhos de Jesus pela Igreja de seu tempo, instituição a quem responsabilizava pela criação e fomento de muitos erros acerca de princípios teológicos fundamentais.

Luther viu no tráfico de indulgências um abuso que poderia confundir as pessoas e levá-las a confiar apenas nas indulgências, deixando de lado a confissão e o arrependimento verdadeiros.
Proferiu, então, três sermões contra as indulgências em 1516 /17.
A 31 de Outubro de 1517 pregou 95 teses na porta da Capela de Wittenberg, com sendo um convite aberto ao debate . Essas teses condenavam a avareza e da Igreja como um abuso, e pediam um debate teológico sobre o que as Indulgências significavam. Para todos os efeitos, contudo, nelas Martin Luther não questionava directamente a autoridade do Papa para conceder as tais indulgências.
As 95 Teses foram logo traduzidas para o alemão e amplamente copiadas e impressas.

Depois de fazer pouco caso de Martin Luther, dizendo que ele seria um "alemão bêbado que escrevera as teses", e afirmando que "quando estiver sóbrio mudará de opinião, o Papa Leão X ordenou, aos Dominicanos que investigassem o assunto. Estes denunciaram que Martin Luther se opunha de maneira implícita à autoridade do Papa, quando discordava de uma de suas Bulas.

Luther tomou parte da convenção dos agostinianos em Heideiberg onde apresentou uma tese sobre a escravidão do homem ao pecado e a graça divina. No decorrer da controvérsia sobre as indulgências, o debate se elevou até ao ponto de duvidar do poder absoluto e autoridade do Papa, nomeadamente nas doutrinas de "Tesouraria da Igreja" e "Tesouraria dos Merecimentos".

Por causa de sua oposição a esta doutrina, Martin Luther foi qualificado como herege passando a negar agora abertamente a autoridade papal e apelar para que fosse realizado um concilio. Também declararou que o papado não formava parte da essência imutável da Igreja original.


Transcrevo aqui o texto que foi pregado na porta sob a forma das 95 teses, que se mantem hoje de forma admirável, na totalidade, actuais...


1 Ao dizer: "Fazei penitência", etc. [Mt 4.17], o nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo quis que toda a vida dos fiéis fosse penitência.
2 Esta penitência não pode ser entendida como penitência sacramental (isto é, da confissão e satisfação celebrada pelo ministério dos sacerdotes).
3 No entanto, ela não se refere apenas a uma penitência interior; sim, a penitência interior seria nula, se, externamente, não produzisse toda sorte de mortificação da carne.
4 Por consequência, a pena perdura enquanto persiste o ódio de si mesmo (isto é a verdadeira penitência interior), ou seja, até a entrada do reino dos céus.
5 O papa não quer nem pode dispensar de quaisquer penas senão daquelas que impôs por decisão própria ou dos cânones.
6 O papa não pode remitir culpa alguma senão declarando e confirmando que ela foi perdoada por Deus, ou, sem dúvida, remitindo-a nos casos reservados para si; se estes forem desprezados, a culpa permanecerá por inteiro.
7 Deus não perdoa a culpa de qualquer pessoa sem, ao mesmo tempo, sujeitá-la, em tudo humilhada, ao sacerdote, seu vigário.
8 Os cânones penitenciais são impostos apenas aos vivos; segundo os mesmos cânones, nada deve ser imposto aos moribundos.
9 Por isso, o Espírito Santo nos beneficia através do papa quando este, em seus decretos, sempre exclui a circunstância da morte e da necessidade.
10 Agem mal e sem conhecimento de causa aqueles sacerdotes que reservam aos moribundos penitências canônicas para o purgatório.
11 Essa erva daninha de transformar a pena canônica em pena do purgatório parece ter sido semeada enquanto os bispos certamente dormiam.
12 Antigamente se impunham as penas canônicas não depois, mas antes da absolvição, como verificação da verdadeira contrição.
13 Através da morte, os moribundos pagam tudo e já estão mortos para as leis canônicas, tendo, por direito, isenção das mesmas.
14 Saúde ou amor imperfeito no moribundo necessariamente traz consigo grande temor, e tanto mais, quanto menor for o amor.
15 Este temor e horror por si sós já bastam (para não falar de outras coisas) para produzir a pena do purgatório, uma vez que estão próximos do horror do desespero.
16 Inferno, purgatório e céu parecem diferir da mesma forma que o desespero, o semi-desespero e a segurança.
17 Parece desnecessário, para as almas no purgatório, que o horror diminua na medida em que cresce o amor.
18 Parece não ter sido provado, nem por meio de argumentos racionais nem da Escritura, que elas se encontram fora do estado de mérito ou de crescimento no amor.
19 Também parece não ter sido provado que as almas no purgatório estejam certas de sua bem-aventurança, ao menos não todas, mesmo que nós, de nossa parte, tenhamos plena certeza.
20 Portanto, sob remissão plena de todas as penas, o papa não entende simplesmente todas, mas somente aquelas que ele mesmo impôs.
21 Erram, portanto, os pregadores de indulgências que afirmam que a pessoa é absolvida de toda pena e salva pelas indulgências do papa.
22 Com efeito, ele não dispensa as almas no purgatório de uma única pena que, segundo os cânones, elas deveriam ter pago nesta vida.
23 Se é que se pode dar algum perdão de todas as penas a alguém, ele, certamente, só é dado aos mais perfeitos, isto é, pouquíssimos.
24 Por isso, a maior parte do povo está sendo necessariamente ludibriada por essa magnífica e indistinta promessa de absolvição da pena.
25 O mesmo poder que o papa tem sobre o purgatório de modo geral, qualquer bispo e cura tem em sua diocese e paróquia em particular.
26 O papa faz muito bem ao dar remissão às almas não pelo poder das chaves (que ele não tem), mas por meio de intercessão.
27 Pregam doutrina humana os que dizem que, tão logo tilintar a moeda lançada na caixa, a alma sairá voando [do purgatório para o céu].
28 Certo é que, ao tilintar a moeda na caixa, podem aumentar o lucro e a cobiça; a intercessão da Igreja, porém, depende apenas da vontade de Deus.
29 E quem é que sabe se todas as almas no purgatório querem ser resgatadas? Dizem que este não foi o caso com S. Severino e S. Pascoal.
30 Ninguém tem certeza da veracidade de sua contrição, muito menos de haver conseguido plena remissão.
31 Tão raro como quem é penitente de verdade é quem adquire autênticamente as indulgências, ou seja, é raríssimo.
32 Serão condenados em eternidade, juntamente com seus mestres, aqueles que se julgam seguros de sua salvação através de carta de indulgência.
33 Deve-se ter muita cautela com aqueles que dizem serem as indulgências do papa aquela inestimável dádiva de Deus através da qual a pessoa é reconciliada com Deus.
34 Pois aquelas graças das indulgências se referem somente às penas de satisfação sacramental, determinadas por seres humanos.
35 Não pregam cristãmente os que ensinam não ser necessária a contrição àqueles que querem resgatar ou adquirir breves confessionais.
36 Qualquer cristão verdadeiramente arrependido tem direito à remissão pela de pena e culpa, mesmo sem carta de indulgência.
37 Qualquer cristão verdadeiro, seja vivo, seja morto, tem participação em todos os bens de Cristo e da Igreja, por dádiva de Deus, mesmo sem carta de indulgência.
38 Mesmo assim, a remissão e participação do papa de forma alguma devem ser desprezadas, porque (como disse) constituem declaração do perdão divino.
39 Até mesmo para os mais doutos teólogos é dificílimo exaltar perante o povo ao mesmo tempo, a liberdade das indulgências e a verdadeira contrição.
40 A verdadeira contrição procura e ama as penas, ao passo que a abundância das indulgências as afrouxa e faz odiá-las, pelo menos dando ocasião para tanto.
41 Deve-se pregar com muita cautela sobre as indulgências apostólicas, para que o povo não as julgue erroneamente como preferíveis às demais boas obras do amor.
42 Deve-se ensinar aos cristãos que não é pensamento do papa que a compra de indulgências possa, de alguma forma, ser comparada com as obras de misericórdia.
43 Deve-se ensinar aos cristãos que, dando ao pobre ou emprestando ao necessitado, procedem melhor do que se comprassem indulgências.
44 Ocorre que através da obra de amor cresce o amor e a pessoa se torna melhor, ao passo que com as indulgências ela não se torna melhor, mas apenas mais livre da pena.
45 Deve-se ensinar aos cristãos que quem vê um carente e o negligencia para gastar com indulgências obtém para si não as indulgências do papa, mas a ira de Deus.
46 Deve-se ensinar aos cristãos que, se não tiverem bens em abundância, devem conservar o que é necessário para sua casa e de forma alguma desperdiçar dinheiro com indulgência.
47 Deve-se ensinar aos cristãos que a compra de indulgências é livre e não constitui obrigação.
48 Deve-se ensinar aos cristãos que, ao conceder indulgências, o papa, assim como mais necessita, da mesma forma mais deseja uma oração devota a seu favor do que o dinheiro que se está pronto a pagar.
49 Deve-se ensinar aos cristãos que as indulgências do papa são úteis se não depositam sua confiança nelas, porém, extremamente prejudiciais se perdem o temor de Deus por causa delas.
50 Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa soubesse das exações dos pregadores de indulgências, preferiria reduzir a cinzas a Basílica de S. Pedro a edificá-la com a pele, a carne e os ossos de suas ovelhas.
51 Deve-se ensinar aos cristãos que o papa estaria disposto - como é seu dever - a dar do seu dinheiro àqueles muitos de quem alguns pregadores de indulgências extraem ardilosamente o dinheiro, mesmo que para isto fosse necessário vender a Basílica de S. Pedro.
52 Vã é a confiança na salvação por meio de cartas de indulgências, mesmo que o comissário ou até mesmo o próprio papa desse sua alma como garantia pelas mesmas.
53 São inimigos de Cristo e do papa aqueles que, por causa da pregação de indulgências, fazem calar por inteiro a palavra de Deus nas demais igrejas.
54 Ofende-se a palavra de Deus quando, em um mesmo sermão, se dedica tanto ou mais tempo às indulgências do que a ela.
55 A atitude do papa é necessariamente esta: se as indulgências (que são o menos importante) são celebradas com um toque de sino, uma procissão e uma cerimônia, o Evangelho (que é o mais importante) deve ser anunciado com uma centena de sinos, procissões e cerimônias.
56 Os tesouros da Igreja, dos quais o papa concede as indulgências, não são suficientemente mencionados nem conhecidos entre o povo de Cristo.
57 É evidente que eles, certamente, não são de natureza temporal, visto que muitos pregadores não os distribuem tão facilmente, mas apenas os ajuntam.
58 Eles tampouco são os méritos de Cristo e dos santos, pois estes sempre operam, sem o papa, a graça do ser humano interior e a cruz, a morte e o inferno do ser humano exterior.
59 S. Lourenço disse que os pobres da Igreja são os tesouros da mesma, empregando, no entanto, a palavra como era usada em sua época.
60 É sem temeridade que dizemos que as chaves da Igreja, que lhe foram proporcionadas pelo mérito de Cristo, constituem este tesouro.
61 Pois está claro que, para a remissão das penas e dos casos, o poder do papa por si só é suficiente.
62 O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus.
63 Este tesouro, entretanto, é o mais odiado, e com razão, porque faz com que os primeiros sejam os últimos.
64 Em contrapartida, o tesouro das indulgências é o mais benquisto, e com razão, pois faz dos últimos os primeiros.
65 Por esta razão, os tesouros do Evangelho são as redes com que outrora se pescavam homens possuidores de riquezas.
66 Os tesouros das indulgências, por sua vez, são as redes com que hoje se pesca a riqueza dos homens.
67 As indulgências apregoadas pelos seus vendedores como as maiores graças realmente podem ser entendidas como tal, na medida em que dão boa renda.
68 Entretanto, na verdade, elas são as graças mais ínfimas em comparação com a graça de Deus e a piedade na cruz.
69 Os bispos e curas têm a obrigação de admitir com toda a reverência os comissários de indulgências apostólicas.
70 Têm, porém, a obrigação ainda maior de observar com os dois olhos e atentar com ambos os ouvidos para que esses comissários não preguem os seus próprios sonhos em lugar do que lhes foi incumbido pelo papa.
71 Seja excomungado e maldito quem falar contra a verdade das indulgências apostólicas.
72 Seja bendito, porém, quem ficar alerta contra a devassidão e licenciosidade das palavras de um pregador de indulgências.
73 Assim como o papa, com razão, fulmina aqueles que, de qualquer forma, procuram defraudar o comércio de indulgências,
74 muito mais deseja fulminar aqueles que, a pretexto das indulgências, procuram defraudar a santa caridade e verdade.
75 A opinião de que as indulgências papais são tão eficazes ao ponto de poderem absolver um homem mesmo que tivesse violentado a mãe de Deus, caso isso fosse possível, é loucura.
76 Afirmamos, pelo contrário, que as indulgências papais não podem anular sequer o menor dos pecados veniais no que se refere à sua culpa.
77 A afirmação de que nem mesmo S. Pedro, caso fosse o papa atualmente, poderia conceder maiores graças é blasfêmia contra São Pedro e o papa.
78 Afirmamos, ao contrário, que também este, assim como qualquer papa, tem graças maiores, quais sejam, o Evangelho, os poderes, os dons de curar, etc., como está escrito em 1 Co 12.
79 É blasfêmia dizer que a cruz com as armas do papa, insignemente erguida, equivale à cruz de Cristo.
80 Terão que prestar contas os bispos, curas e teólogos que permitem que semelhantes conversas sejam difundidas entre o povo.
81 Essa licenciosa pregação de indulgências faz com que não seja fácil, nem para os homens doutos, defender a dignidade do papa contra calúnias ou perguntas, sem dúvida argutas, dos leigos.
82 Por exemplo: por que o papa não evacua o purgatório por causa do santíssimo amor e da extrema necessidade das almas - o que seria a mais justa de todas as causas -, se redime um número infinito de almas por causa do funestíssimo dinheiro para a construção da basílica - que é uma causa tão insignificante?
83 Do mesmo modo: por que se mantêm as exéquias e os aniversários dos falecidos e por que ele não restitui ou permite que se recebam de volta as doações efetuadas em favor deles, visto que já não é justo orar pelos redimidos?
84 Do mesmo modo: que nova piedade de Deus e do papa é essa: por causa do dinheiro, permitem ao ímpio e inimigo redimir uma alma piedosa e amiga de Deus, porém não a redimem por causa da necessidade da mesma alma piedosa e dileta, por amor gratuito?
85 Do mesmo modo: por que os cânones penitenciais - de fato e por desuso já há muito revogados e mortos - ainda assim são redimidos com dinheiro, pela concessão de indulgências, como se ainda estivessem em pleno vigor?
86 Do mesmo modo: por que o papa, cuja fortuna hoje é maior do que a dos mais ricos Crassos, não constrói com seu próprio dinheiro ao menos esta uma basílica de São Pedro, ao invés de fazê-lo com o dinheiro dos pobres fiéis?
87 Do mesmo modo: o que é que o papa perdoa e concede àqueles que, pela contrição perfeita, têm direito à remissão e participação plenária?
88 Do mesmo modo: que benefício maior se poderia proporcionar à Igreja do que se o papa, assim como agora o faz uma vez, da mesma forma concedesse essas remissões e participações 100 vezes ao dia a qualquer dos fiéis?
89 Já que, com as indulgências, o papa procura mais a salvação das almas do o dinheiro, por que suspende as cartas e indulgências outrora já concedidas, se são igualmente eficazes?
90 Reprimir esses argumentos muito perspicazes dos leigos somente pela força, sem refutá-los apresentando razões, significa expor a Igreja e o papa à zombaria dos inimigos e desgraçar os cristãos.
91 Se, portanto, as indulgências fossem pregadas em conformidade com o espírito e a opinião do papa, todas essas objeções poderiam ser facilmente respondidas e nem mesmo teriam surgido.
92 Fora, pois, com todos esses profetas que dizem ao povo de Cristo: "Paz, paz!" sem que haja paz!
93 Que prosperem todos os profetas que dizem ao povo de Cristo: "Cruz! Cruz!" sem que haja cruz!
94 Devem-se exortar os cristãos a que se esforcem por seguir a Cristo, seu cabeça, através das penas, da morte e do inferno;
95 e, assim, a que confiem que entrarão no céu antes através de muitas tribulações do que pela segurança da paz.

25.10.08

Surpresas

Depois de uma longa vida, já nada me devia surpreender.

DN Online: Lucros da banca privada aumentam 16,5% em 2004
O imposto sobre lucros destes bancos foi de 227,3 milhões de euros, 2004 ...dn.sapo.pt/2005/03/01/negocios/lucros_banca_privada_aumentam_165_20.html - 51k -

DN Online: Lucros dos bancos aumentaram 30% em 2005
Lucros dos bancos aumentaram 30% em 2005. Paula Cordeiro. A banca portuguesa viu os seus lucros crescerem 30% em 2005, face ao ano anterior, de acordo com ...dn.sapo.pt/2006/07/11/economia/lucros_bancos_aumentaram_30_2005.html - 40k -

DN Online: Lucros dos bancos privados subiram 23%
A soma dos lucros dos quatro maiores bancos privados portugueses subiu 23%, para 1137 mil milhões de euros, no primeiro semestre, face a igual período de ...dn.sapo.pt/2007/08/01/economia/lucros_bancos_privados_subiram_23.html - 39k -

Bancos combinam recurso a garantia do Estado
Numa acção combinada, os cinco principais bancos a operar no país admitiram recorrer à garantia de financiamento do Estado. Só o BCP disse poder usar o aval ainda este ano. A porta foi aberta também pelo BES, BPI, Santander e Caixa.
Contactadas, as instituições não quiseram prestar esclarecimentos adicionais.
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=1033836

E para as empresas e as famílias que durante décadas engordaram esses parasitas, esses agiotas com tudo o que lhes foi pedido e imposto? Quais os apoios?
Nos tempos difíceis que iremos viver, não deixando de aproveitar todas as oportunidades para clamar por justiça e pedir ajuda para o combate ao flagelo da fome, lembro que há instituições que deviam ter falado em defesa dos pobres e dos desamparados e que se calam.

E é só isto que me surpreende...

21.10.08

"Aurora", 25 de Outubro 1917


A história registou ao longo dos tempos, revoluções que influenciaram de forma determinante a vida dos povos e a marcha do mundo, mas nenhuma se igualou, pelos seus efeitos, à Revolução de Outubro, que, elevando a classe operária à condição de classe dominante, abriu caminho à construção duma sociedade de um novo tipo, inscreveu como objectivo supremo a liquidação de todas as formas de exploração e opressão social e proclamou a paz e a amizade entre os povos como normas que deviam reger as relações entre Estados.


Na madrugada do dia 25, foi do Cruzador "Aurora" que partiu o tiro que deu sinal aos bolcheviques, para o assalto ao Palácio de inverno, que foi efectuado por uma amalgama de povo, marinheiros do Aurora, camponeses e desmobilizados.

Com a Revolução de Outubro, milhões de hectares de terras foram distribuídas pelos camponeses pobres, os operários e os camponeses alcançaram a possibilidade direitos e liberdades democráticas e de participar na gestão da vida económica e social. O analfabetismo foi erradicado num muito curto espaço de tempo, estabeleceram-se amplos serviços de apoio às populações e à infância. Foram abolidas todas as leis que consagravam a discriminação das mulheres e a maternidade foi pela primeira vez no mundo considerada uma função eminentemente social.
A Revolução de Outubro não foi um erro, nem fruto do acaso, mas o resultado da profunda crise económica, política e social que atingia a generalidade dos países, em consequência da guerra 14/18, assumindo na Rússia uma dimensão sem precedentes, uma crise que havia posto em movimento grandes massas - operários, camponeses, e soldados - sujeitas a uma situação insuportável, uma situação que colocava na ordem do dia «não a aplicação de certas "teorias", mas medidas mais extremas, práticas e realizáveis, porque sem essas medidas extremas era a «morte pela fome, a morte imediata e intolerável de milhões de seres humanos».

No passado, os oportunistas rejeitaram a Revolução pelo facto do capitalismo ainda não ter esgotado as suas potencialidades, hoje rejeitam-na igualmente por considerarem o capitalismo o melhor dos mundos possíveis...

19.10.08

Nem sei que título lhe dê...

O Papa voltou, a condenar todos os métodos contraceptivos.
Bento XVI diz que os casais que os usam estão a «negar a verdade do amor conjugal».
O Vaticano condena a utilização de qualquer método para o controlo da natalidade. A posição é expressa num texto, assinado pelo Papa, distribuído a 03-10-2008 pelo serviço de imprensa da Santa Sé.

A única excepção admitida é a abstinência, mas mesmo neste caso a Igreja Católica advoga que apenas deve ser um recurso para casais que atravessem dificuldades graves...

Observai e fazei tudo o que eles dizem, mas não façais como eles, pois dizem e não fazem.
Atam fardos pesados e esmagadores e com eles sobrecarregam os ombros dos homens, mas não querem movê-los sequer com o dedo. (Mt.23.3,4)
Em vez de se obcecarem na condenação seria melhor preocuparem-se com a misericórdia...

18.10.08

Quem nos acode...?




Está a acontecer centenas de vezes por dia, que, alguém liga para o 112 e do outro lado ninguém atende.

O Instituto Nacional de Emergência Médica está a deixar por atender centenas de chamadas por dia na linha 112.
A situação agravou-se com a introdução, há sete meses, de um novo sistema informático, anunciado como o último grito da tecnologia.

Como somos um pais de pagantes, e pouco reclamantes, recomendo que não se deixe ficar isto por aqui...
Depois de passada a aflição, em casos de não atendimento do 112, a queixa deve ser endereçada à IGAI - Inspecção Geral da Administração Interna, com conhecimento ao Ministério Público, para que o mesmo apure responsabilidades, pelo danos que foram causados, tanto físicos como materiais.
( Referir com exatidão data e hora, local e nº de telefone de origem bem como se possivel apresentar as provas ou testemunhas possiveis...)

O português tem de se habituar que as queixas têm de ser feitas por escrito para os locais próprios e mentalizarem-se que, não é fazendo comentários com os vizinhos que os problemas se resolvem.
As pessoas deviam ter nos telemóveis o número de telefone da autoridade local bem como do Corpo de Bombeiros da área da sua residência, para o caso de ninguém atender no número 112, coisa que acontece com relativa frequência, apesar dos responsáveis afirmarem que isso acontece raramente.

17.10.08

Bons exemplos...


Uma das patologias de que padece este pais, são os políticos e os gestores por eles nomeados ( Vulgo Boys) ... Há países onde as coisas não se passam como por cá...

Josef Ackerman, presidente do Deutsche Bank anunciou ter renunciado ao seu bónus anual, no valor de alguns milhões de euros, por "solidariedade" nestes tempos de crise financeira.
"Anunciei ao Conselho Fiscal do Deutsche Bank que renunciava neste ano difícil ao meu bónus em proveito de trabalhadores que têm mais necessidade de dinheiro que eu", explicou o patrão do principal banco alemão ao semanário Bild am Sonntag.
Os outros três membros do direcção do banco vão seguir o seu exemplo, precisou o Deutsche Bank
.
Por cá subsiste a ideia por parte do Estado, de que se tivermos uma "vaca leiteira", é para mungir até sair sangue...o que interessa é o hoje, amanhã se verá...Se a vaca ainda estiver viva podemos chicotear-la...
É assim que tratam os contribuintes !

13.10.08

Divulgação 18-10-2008






10.10.08

Amigos destes?

A proposito de uma resolução para interditar o espaço aéreo português a voos com origem e destino à base de Guantanamo, em Cuba, onde os Estados Unidos têm detidos suspeitos de terrorismo, tive o desprazer de ouvir considerações de "ser um absurdo" por VJ, afirmando que a resolução iria pôr em causa «os compromissos internacionais» do país com «a NATO e um aliado».
Para o deputado do PSD, JL Arnaut, os Estados Unidos são um aliado histórico de Portugal...
Para os mais desatentos. recomendo a leitura de " Angola, Anatomia de uma tragedia, do Gen Silva Cardoso"

Os EUA sempre apoiaram os movimentos subversivos (FNLA), por meio de uma matilha de agentes da CIA disfarçados de missionários, contribuindo com as suas armas e dinheiro para o abate de militares portugueses. Eram tão nossos amigos que chegaram a votaram contra Portugal , na UN a 15 03 1961.

Dificultaram as operações da FAP e da AP, ( chegando mesmo a dar apoio a actos de pirataria em alto-mar) e apoiaram a invasão dos territórios de Damão e Goa pela UI.
Após 1975, apoiaram a invasão de Timor, "de jure" a data, ainda provincia Portuguesa, pelos militares da Indonesia.
A memoria é curta...

7.10.08

Maratona de leitura da Biblia...

Há nas escrituras algumas passagens que ( ainda)me deixam admirado...
Dependendo da disposição ou luz sob a qual for lida, podemos deslocar a retina, provocar desvios de carácter e dar origem a fundamentalismos...
Podemos ao longo da leitura deste livro encontrar justificação para:

Escravizar outras pessoas...

Êxodo 20:17 , 21:20-21.26-2 ; 21:1-4; . 21:7; Deut. 15:12-18; Lev. 25:44-46, e Lev. 25:48-53; Deut. 5:21...

Não dar direitos civis às mulheres equiparáveis aos dos homens...

Gênesis: 3:16; 4:19; 16:2; 19:8, e 21:10.Êxodo: 20:17; 21:2-4; 21:7; 21:22-25, e 22:16-17.Levítico: 12:1-5 e 27:6.Números: 3:15; 5:11-31, e 27:8-11.Deuteronômio: 21:10-13; 22:13-21; 22:28-29; 24:1; 25:5-10, e 25:11.Juízes: 19:16-30...

Assassinar comunidades inteiras...

Num. 21:34-35; Deut. 2:21-23.33-35; Deut. 7:1-2; Jos. 8:24; Jos. 10:26-42; Jos. 21:43-45; Juízes 4:15-16, Sam. 27:8-9...

Punir inocentes por crimes de outrem...

Jos. 7:19-26...

Aprovar a violação...

Deut. 21:10-14; Deut. 25:5-10...

Aprovar o roubo e a utilização de práticas enganosas para tirar vantagens materiais de outras pessoas...

Deut. 2:33-35; Jos. 8:2; 1 Crôn. 5:20-21; Gên. 12:11-20; Gên. 20:1-16; Gên. 26:6-15, e Gên. 27.

Defender a intolerância racial e religiosa...

Deut. 7:1-2; Deut. 20:15-18; Lucas 19:26-28; João 12:48; 1 Cor. 10:20-22, e Gál. 1:9.

Esta sempre foi da minhas favoritas...Num. 31:7-18... ou Pedro 3:5-7... pela negativa!


"Nenhum homem pode delegar a outro o direito de decidir sobre a sua conduta; ele deverá raciocinar sempre com a própria cabeça, conferindo toda decisão com a sua experiência pessoal".
Nietzsche


Já sei que vão surgir muitos a dizer que faço uma interpretação desfocada... e não o são todas?
Para os preguiçosos de ler em papel, http://www.bibliaonline.com.br/vc+vc

6.10.08

Efectivamente sem moralizar...


Efectivamente escuto as conversas
Importantes ou ambíguas
Aparentemente sem moralizar... ( GNR)
Efectivamente sem moralizar ....sobre os efeitos maléficos da concessão de créditos sem a captação de poupança, sobre ciclos económicos, sobre a subida de preços, ...

Efectivamente sem moralizar ...sobre a instabilidade do sistema por falta de regulação, fiquei a pensar nas palavras de TS!



Se os depósitos têm uma garantia formal (com um limite pré-definido) e uma outra garantia velada (a que o Banco de Portugal vai socorrer a totalidade dos depósitos ), os depositantes têm todas a razões para deixar o dinheiro nos bancos sem olhar aos riscos?
E se todos os bancos sofrerem uma corrida aos depósitos como é que vão poder explicar que não socorrem igualmente a totalidade dos seus depositantes?


Efectivamente sem moralizar... sobre o facto de um aumento da quantidade de moeda diminuir o valor da moeda para zero... o que levará hipoteticamente os reguladores suspender todos os levantamentos de depósitos (a primeira das divagações), aumentando a probabilidade de uma corrida aos bancos generalizada na tentativa de levantamento antes de tal suspensão.
Efectivamente ... veremos o que mais se dirá acerca disto em dias proximos...


5.10.08

05 Outubro




Uma da manhã de dia 4outubro 1910...Do Centro Republicano de Santa Isabel, situado nas proximidades do quartel de Infantaria 16, em Campo de Ourique e onde combinara encontro com o grupo carbonário chefiado pelo civil Meireles, o 2º Tenente Machado Santos sai para cumprir a missão que lhe fora confiada. Apenas dispõem de catorze armas. Mesmo assim não hesitam, nem sequer esperam o quarto de hora que ainda falta para a hora combinada. Tomam Infantaria 16 onde os sargentos tinham sido já conquistados na totalidade por Machado Santos.
Não muito longe dali, em Artilharia 1, o capitão Afonso Pala procura cumprir a parte que lhe coubera nesta jornada histórica. É ele a quem cabe dar ordem de fogo aos canhões que vão anunciar o início da revolução. Este está marcado para a uma da manhã.
Se em Infantaria 16 os carbonários não esperam pela hora, em Artilharia 1 ainda não era meia-noite e meia hora e já esses revolucionários civis estavam dentro do quartel.
Porém, a tarefa de Afonso Pala encontra dificuldades com que não contava. A antecipação do ataque ao quartel de Campo de Ourique fizera accionara o alarme geral por parte do Comando Militar da Divisão.
Entretanto, chega a informação do suicídio do Almirante Cândido dos Reis, carbonário e chefe militar da sublevação.
Seriam cerca de 7 horas da manhã do dia 4 quando a notícia da morte do almirante Cândido dos Reis chegou à Rotunda. O velho militar republicano e chefe carbonário aparecera morto, para os lados de Arroios. Suicidara-se ao julgar que a Revolução voltara a falhar.
No acampamento revolucionário a noticia causa grande abalo. Os oficiais presentes decidem reunir em conselho. Ao todo não chegam a ser uma dúzia. Na cocheira do palacete do conde de Saborosa reúnem duas vezes para avaliar a situação. Concluem que não há nada a fazer e votam por abandonar o local. Há apenas um voto contra: Machado Santos.
Vestem-se à civil e partem cada para seu lado. Um é teimoso e fica: Machado Santos.
Os que partem alegam que o plano geral tinha falhado e que o Governo podia dispor de forças mais que suficientes para esmagar a concentração da Rotunda. Os 4470 soldados e os 3771 polícias controlados pelo estado-maior monárquico chegavam e sobravam para dar cabo das quatro centenas de carbonários civis e militares que estavam no Parque. A Marinha tardava em dar sinal de si. Os dirigentes políticos do Directório tinham faltado nos locais combinados.
Agora sem oficiais, Machado Santos manda tocar a sargentos. Respondem nove. Estão para o que der e vier. São todos carbonários. Vão ficar na História: serão os comandantes dos menos de 200 militares que restam depois da saída dos oficiais. Alguns jovens cadetes da Escola de Guerra estão lá também. O reduto revolucionário dispõe de oito peças para sustentar a sua defesa pesada. As barricadas são aquilo que se pode arranjar: toscas, improvisadas, incapazes de resistir a um ataque a sério das forças monárquicas.
Ao meio-dia e meia hora começam a chover as primeiras granadas que anunciam a chegada de Paiva Couceiro à frente das baterias de Queluz. A pontaria não é de aprendiz de artilheiro. Caem em cheio sobre a primeira linha de fogo. O duelo de peças é feroz e intensa a fuzilaria que envolve por completo a Rotunda. No meio do combate, Machado Santos olha para o lado e vê, ainda vestido a paisana, um dos oficiais que tinha abandonado o acampamento revolucionário. Era o alferes Camacho Brandão, que regressava para se pôr ao lado dos que aquela hora já morriam pela República. De volta a Rotunda, é-lhe confiado comando das peças que vão conseguir suster o ataque de Paiva Couceiro. Durante toda a luta, dirigiu o tiro de artilharia com um tal convencimento que pôs as tropas monárquicas em completo desnorteio. Comandava o fogo das peças com «tanta serenidade e com um movimento de braços tão compassados como se estivesse dirigindo a orquestra de S. Carlos!»
Por volta das quatro da tarde, as baterias de Queluz entendem que o melhor é voltarem para as frescas bandas da Serra de Sintra e com este ânimo põem-se a caminho da respectiva unidade.
Ao romper da alvorada de dia 5 já a República podia ser dada como certa em Portugal. Finalmente a Marinha estava onde era ansiosamente esperada pelos resistentes do Parque.
Os «doidos» da Rotunda tinham mesmo conseguido pôr fim a oito séculos de Monarquia. A teimosia do seu chefe fizera-se História.
Às oito e trinta da manhã de dia 5, Machado Santos desce pela Avenida a caminho do quartel-general monárquico instalado no Palácio do Almada, no Largo de S. Domingos. Vai acontecer o último acto do regime real.
«O herói levava a farda desabotoada, poeirenta, barba de três dias e só uma dragona.» No meio de uma multidão, que o arranca de cima do cavalo e o leva ao colo até a entrada do Palácio, Machado Santos vem acompanhado de uma guarda de honra de soldados, marujos e civis, «num desalinho impressionante, mas empunhando as carabinas com aquela decisão e desenvoltura de quem iria vender a vida pelo preço de um por dez.» — Diz quem viveu esse momento ao seu lado.
«Aos que ficaram na Rotunda tremeu-lhes a passarinha durante aquela meia hora de ausência do Chefe, até a população surgida de toda a parte coalhar como um mar de gente a Avenida da Liberdade de lés-a-lés.» — Recorda o herói.
Seriam para ai umas três da tarde, quando Machado Santos volta a Rotunda: — «e então que caras eu lá vi!»
«Todos me tratavam democraticamente por tu, mesmo pessoas que eu nunca vira; todos desejavam tornar-se vistos por mim para mais tarde eu poder certificar que haviam estado na Rotunda! Mas os valentes, os heróis, esses quedaram-se muito sossegados à sombra das árvores como que envergonhados da vitória alcançada e que só ao seu heroísmo era devida!»
Mas se a Revolução estava ganha e a República triunfante, começava todavia o drama republicano, a longa e laboriosa tragédia do regime que havia de ser decapitado dezasseis anos depois daquela madrugada esplêndida. Antes de mais, o Governo cuja composição foi anunciada nas varandas da Câmara Municipal não correspondia àquele que Machado Santos e outros desejavam.
O Governo que acompanha a proclamação solene da República, do alto das varandas da Câmara Municipal de Lisboa, põe logo indisposto o comandante revolucionário. Estava quase todo trocado. Ainda durante a manhã do dia 5, Machado Santos volta para junto dos seus carbonários na Rotunda, e, não fora a feliz ideia de Brito Camacho de promover a ida do novo Governo ao acampamento do alto do Parque Eduardo VII, talvez as comemorações da Revolução republicana não fossem hoje exactamente no dia 5 desse mês...



4.10.08

Este pais...está a saque! IV

Preço do petróleo cai mais de 11% esta semana...
As petrolíferas voltaram a aumentar os preços dos combustíveis em cerca de dois cêntimos para reflectir as cotações internacionais dos produtos refinados que subiram na semana passada 5,2 por cento na gasolina e 5,3 por cento no gasóleo.
A Galp Energia subiu os preços esta quinta-feira às 00h00, avançou fonte oficial da petrolífera à Agência Financeira.
Assim, quer a gasolina, quer o gasóleo estão dois cêntimos mais caros, apesar das últimas quedas do preço do petróleo....
Se eu tivesse dons divinatórios, diria que se aproxima algo do genero de após temos pago indeminizações milionárias a uns quantos "injustamente" nacionalizados, vamos voltar a ter de comprar o que já foi nosso...